domingo, novembro 06, 2005

A Sagração do Tempo

É o tempo a única medida perfeita,
Pois por natureza estará sempre completo…
E entre os homens e os deuses, mesmo aprisionado,
É o tempo a única constante!

Sagra-se o tempo, sagram-se os tempos.
Sagra-se o tempo do renascer,
Sagra-se o tempo de colher,
Cronos, que come os filhos,
Cronos que os regurgita para os homens…

E da primavera dos tempos
A um passo está o Outono
O principio e o principio do fim,
Tudo medido pelo tempo
Que em si mesmo
É do homem, medida finita, do razoável e do absoluto,
Da vida e da morte,
Da perfeição do infinito, da divindade,
E da proporção da natureza.

(Imagino-o escrito, por um tal de Luca Cronax, mas poderia ter tido outro nome, discípulo inventado de um quase divino, o Grande Alessandro di Mariano Filipepi, il “Sandro Botticelli”.)



Amadora (Venteira), 23 de Outubro de 2005


À Olga Gouveia


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