quinta-feira, abril 26, 2007

Os olhos são como as mãos

Os olhos quando lêem, são como as mãos que amam.
Soletram sentidos, afagam letras, acarinham ideias acetinadas.
Os olhos que lêem, trespassam volúpias, modelam desejos e quereres íntimos.
Os
Olhos
São
Como
As
Mãos
Quando lêem, amam
E decifram
Os nossos corpos imaginados...
São como fotografias
Em sonhos emoldurados...



ao Mário Sousa

quinta-feira, abril 19, 2007

Deixei de ser nuvem

Resvalo nesta impotência...
Sabe-me a fel.

Nesta imagem cinzenta,
Poeirenta,
A luz não passa.
A luz trespassa-me o corpo,
Absorto...
Incongruente...

Olho-me!

Virado para uma parede,
Não vejo,
Não sonho...

Apenas a vida me agarra,
Deixei de ser nuvem...


Parede, 16 de Abril de 2007

domingo, abril 15, 2007

Procuro-me

Hoje procurei-me
Mas não me encontrei...

A luz esconde-me,
Violenta-me!

Hoje odiei a luz...
Violentamente!

As sombras
(mesmo as mais sangrentas)
são mais doces.

Na sombra talvez me encontre...
Pois na sombra sou...

Agora espero-me,
Longe da luz,
Longe de mim!

Espectro de mim...


Parede, 11 de abril de 2007

Medos

Não tenho medo do silêncio
Mas dos gritos que não ouço.
Não tenho medo da dor
Mas dos afagos que não sinto.

E no fundo da noite, a luz,
Negra, deste sol, ofusca-me,
Corrói-me os sentidos,
Magoa-me.

Porque murcha a flor?
Porque sangra?

Dói-me o sentir,
Dói-me a força de não viver
E de sonhar.



Parede, 11.04.07

quarta-feira, abril 04, 2007

Os meus fantasmas


Faz-se a vida
Fazem-se os tempos
E os dias iguais são escuros, torpes
Não os quero...

A penumbra não tem raízes...

Na ilusão desmedida, vagabunda, soalheira,
Afago fantasmas...
Levam-nos o vento!




Venteira, 4 de Abril de 2007


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