quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Ti Gracinda

Possam as minhas mãos levar o caldo à boca
Que do cemitério escaparei
Como o láparo para a toca!
Possam os meus olhos ver a luz
Que da cova fugirei
Como o diabo da cruz!

Tenha eu forças, que o trabalho não renego
Como o pão com erva amarga
Dói-me a boca
Do que não digo
Dói-me a vida
Do que não vivi.

Olhai para mim
Sou como o velho pinheiro
Pele enrugada, mas pinhas cheias
Aguento o vento e a geada negra
Sou força,
Sou vida ainda que peca

Até que o sabujo venha…
T’arrenego
T’arrenego
T’arrenego

Faça-se a festa



Por estarmos juntos
Por sermos nós
Agora e aqui:
Nós!

Faça-se a festa
Que é luta
Que é rir, é gritar, é pensar:
Nós!

E nós somos todos,
Os que quiserem
Fazer a festa:
Nós!

30.01.06


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